The History of Food - MANDIOQUINHA | ARRACACHA
É originária da Cordilheira dos Andes Setentrionais, do Peru à Colômbia, incluindo o Equador, de regiões com altitude entre 1.700 e 2.500 m e temperaturas médias anuais entre 15 e 18ºC e temperaturas extremas de 10 a 28ºC.
A mandioquinha ou batata-baroa (Arracacia xanthorrhiza) tem diversos nomes, também chamada batata-fiúza, batata-salsa, mandioquinha-salsa (Interior de São Paulo), cenourinha-amarela ou cenourinha-branca, batata aipo, batata jujuba, batata do padre… todos esses nomes se referem a essa mesma raíz.
Em inglês se chama Arracacha. O nome arracacha (ou racacha) foi emprestado ao espanhol do Quechua raqacha e é usado na região andina. A planta também é chamada de apio ou apio criollo ("Creole celery") na Venezuela e em Porto Rico, zanahoria blanca ("cenoura branca") no Equador e virraca no Peru.
Às vezes é chamada de cenoura branca ("white carrot") em inglês, mas esse nome pertence às variedades brancas da cenoura comum.
Introdução no Brasil:
Existem várias explicações sobre sua introdução no Brasil. Uma das mais aceitas é a chegada de mudas trazidas da Colômbia para a Sociedade de Agricultura localizada no Rio de Janeiro em 1907 (século XX). Até então, esta cultura era totalmente desconhecida pelos agricultores brasileiros.
Você sabia que o nome “batata baroa” surgiu em Nova Friburgo, em homenagem à baronesa Ambrosina?
O barão Bernardo Clemente Pinto foi um dos homens mais ricos quando o café era o principal item de exportação da economia nacional, além disso era amigo do imperador D. Pedro II, a quem costumava hospedar em suas fazendas em Cantagalo. Em uma de suas viagens às Antilhas (arquipélago localizado a leste da América Central, cujas fronteiras são o Mar do Caribe, ao sul e oeste, o Golfo do México ao noroeste, e o Oceano Atlântico a norte e leste), o Barão trouxe vários tubérculos, entre eles um tipo de batata, que foi plantada inicialmente em sua chácara, em Nova Friburgo/RJ (hoje é o Nova Friburgo Country Clube).
A Chácara do Chalet, como era denominada, era composta de uma área de 3,87 quilômetros quadrados de terras, casa nobre de vivenda com arquitetura de chalé parque, pomar, lagos, repuxos, jardins, uma casa para moradia do administrador, casa do hospital, senzalas, paiol, estrebaria, casa para empregados, moinho, entre outras benfeitorias. Possuía um bonde e uma liteira, gado, mulas e porcos.
O barão era casado com Ambrosina Leitão da Cunha, o qual a baronesa se tornou grande apreciadora desse tipo de batata trazida por seu marido. Como os escravos chamavam a senhora Ambrosina de Baroa, uma abreviação de baronesa, o tubérculo que ela tanto apreciava acabou virando a BATATA DA BAROA, e daí, BATATA BAROA.
Descrição da planta:
A planta que atinge até 120 centímetros de altura, prefere clima ameno, solos ricos em nutrientes, água constante sem encharcamento e locais mais altos para seu desenvolvimento. Não suporta frio ou geadas.
Sua folhas esverdeadas são comestíveis. Ela pode ser cultivada em locais de luz solar ou de sombra. Propaga-se por mudas.
Sua flores devem ser arrancadas logo que aparecem, para boa formação das raízes, e a colheita deve ser iniciada quando as folhas começarem a amarelar. Elas podem ser encontradas de variadas cores tais como branca, amarela ou roxa.
Propriedades:
A planta é rica em carboidratos, fibras, vitaminas do complexo B, C e sais minerais tais como manganês, potássio, fósforo, ferro e zinco.
Ela apresenta variadas propriedades tais como digestiva, antioxidante, anti-inflamatória, laxativa e antitumoral.
Seu consumo regular ajuda no bom funcionamento intestinal, no fortalecimento do sistema imunológico e na prevenção do envelhecimento precoce. Ela ajuda ainda a promover a saciedade, sendo uma boa dica para dietas de perda de peso.
Produção:
Mundialmente, a produção concentra-se na América do Sul. O Brasil é hoje o maior produtor mundial, seguido pela Colômbia, com 92 mil toneladas em 8.870 hectares (Embrapa, 2018). Também são produtores importantes a Venezuela e o Peru, seguidos por Equador e Bolívia. Ocorre a produção localizada ainda no Noroeste da Argentina e na América Central (Porto Rico, Cuba, Haiti e Costa Rica) e há citações de sua introdução em Sri Lanka. Recentemente, foi introduzida em Moçambique, na África (Ecole et al., 2015).
No Brasil, os estados produtores são:
- Minas Gerais
- Paraná
- Santa Catarina
- Espírito Santo
- Outros estados
Culinária:
A parte mais utilizada da mandioquinha é a sua raiz amilácea. Não pode ser comido cru, mas quando cozido desenvolve um sabor e aroma distintos que foram descritos como "uma mistura delicada de aipo, repolho e castanhas assadas".
A raiz fervida é usada de maneiras semelhantes às batatas cozidas, incluindo ser servida como:
- acompanhamento
- amassada ou batida em purês
- em forma de bolinhos
- nhoque
- tortas
- saladas
- como ingrediente em pastéis
- geralmente guarnecida com coentro picado e croutons, embora o sabor da mandioquinha seja mais forte e (dependendo da variedade) a sua cor seja mais brilhante.
- chips fritos
- biscoitos
- moída em uma farinha grossa
- pode ser utilizada em receitas alternativas e saudáveis de doces.
- o pequeno tamanho dos grãos de amido da mandioquinha torna-a altamente digerível, como purês e sopas, e são considerados excelentes como alimento para bebês e crianças pequenas (papinhas).
* * *
It originates from the Northern Andes Mountains, from Peru to Colombia, including Ecuador, from regions with altitudes between 1,700 and 2,500 m and average annual temperatures between 15 and 18ºC and extreme temperatures of 10 to 28ºC.
Arracacha (Arracacia xanthorrhiza) in Brazil has several names, also called mandioquina, baroa potato, fiúza potato, parsley potato, parsley mandioquinha (São Paulo countryside), yellow carrot or white carrot, celery potato, jujuba potato, father potato… all these names refer to that same root.
In English it's called Arracacha. The name arracacha (or racacha) was borrowed from Quechua raqacha Spanish and is used in the Andean region. The plant is also called apio or apio criollo ("Creole celery") in Venezuela and Puerto Rico, zanahoria blanca ("white carrot") in Ecuador and virraca in Peru.
Sometimes it is called white carrot in English, but this name belongs to the white varieties of the common carrot.
Introduction in Brazil:
There are several explanations for its introduction in Brazil. One of the most accepted is the arrival of seedlings brought from Colombia to the Sociedade de Agricultura located in Rio de Janeiro in 1907 (20th century). Until then, this crop was totally unknown by Brazilian farmers.
Did you know that the name “baroa potato” appeared in Nova Friburgo, in honor of Baroness Ambrosina?
Baron Bernardo Clemente Pinto was one of the richest men when coffee was the main export item of the national economy, besides being a friend of Emperor D. Pedro II, whom he used to host on his farms in Cantagalo. On one of his trips to the Antilles (an archipelago located east of Central America, whose borders are the Caribbean Sea to the south and west, the Gulf of Mexico to the northwest, and the Atlantic Ocean to the north and east), the Baron brought several tubers, including a type of potato, which was initially planted on his farm in Nova Friburgo/RJ (nowadays Nova Friburgo Country Club).
The Farmhouse's Chalet, as it was called, was composed of an area of 3.87 square kilometers of land, a noble house with chalet architecture, park, orchard, lakes, fountains, gardens, a house for the administrator's dwelling, house of hospital, slave quarters, magazine, stable, house for employees, mill, among other improvements. It had a tram and a small covered portable chair, supported by two long poles and guided by two animals or slaves, one in the back and the other in the front; cattle; mules and pigs.
The baron was married to Ambrosina Leitão da Cunha, who became a great fan of this type of potato brought by her husband. As the slaves called Senhora Ambrosina Baroa, an abbreviation for baroness, the tuber she loved so much ended up being BAROA'S, hence, POTATO BAROA.
Description of the plant:
The plant that reaches up to 120 centimeters in height, prefers a mild climate, nutrient-rich soils, constant water without waterlogging and higher places for its development. Does not support cold or frost.
Its greenish leaves are edible. It can be grown in sunny or shady locations. It propagates by seedlings.
Its flowers should be plucked as soon as they appear, for good root formation, and harvesting should start when the leaves start to turn yellow. They can be found in different colors such as white, yellow or purple.
Properties:
The plant is rich in carbohydrates, fiber, vitamins of the B and C complex and mineral salts such as manganese, potassium, phosphorus, iron and zinc.
It has various properties such as digestive, antioxidant, anti-inflammatory, laxative and antitumor.
Its regular consumption helps in the proper functioning of the intestine, strengthening the immune system and preventing premature aging. It also helps to promote satiety, being a good tip for weight loss diets.
Production:
Worldwide, production is concentrated in South America. Brazil is currently the largest producer in the world, followed by Colombia, with 92 thousand tons in 8,870 hectares (Embrapa, 2018). Also important producers are Venezuela and Peru, followed by Ecuador and Bolivia. The production is still located in Northwest Argentina and Central America (Puerto Rico, Cuba, Haiti and Costa Rica) and there are quotes from its introduction in Sri Lanka. It was recently introduced in Mozambique, Africa (Ecole et al., 2015).
In Brazil, the producing states are:
- Minas Gerais
- Paraná
- Santa Catarina
- Holy Spirit
- Other states
(Source: Embrapa, 2018)
Cuisine:
The most used part of arracacha is its starchy root. It cannot be eaten raw, but when cooked it develops a distinct flavor and aroma that has been described as "a delicate blend of celery, cabbage and roasted chestnuts".
Boiled root is used in similar ways to boiled potatoes, including being served as:
- accompaniment
- mashed or mashed
- shaped like cookies
- gnocchi
- pies
- salads
- as an ingredient in pastries
- usually garnished with chopped coriander and croutons, although the flavor of the arracacha is stronger and (depending on the variety) its color is brighter.
In the Andes region, arracaha is transformed into:
- fried chips
- cookies
- ground into a coarse flour
- can be used in alternative and healthy candy recipes
- the small size of the starch grains of the arracacha make it highly digestible, such as purees and soups, and are considered excellent food for babies and young children (porridges).
The young stalks can be eaten cooked or in salads and the young leaves can be eaten raw or cooked, in the form of a salad and as an accompaniment to other recipes.
Instagram: @nutricleocoelho
Fonte | research source::
- Wikipedia. Mandioquinha. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Mandioquinha>
- Embrapa Hortaliças. Sistema de Produção 4. ISSN 1678-880X Versão Eletrônica. Jun/2018. Disponível em: <https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br>
- Coisas da roça. Disponível em: <https://www.coisasdaroca.com/alimentos/mandioquinha.html>
- Independente. Disponível em: <https://independente.com.br/voce-sabia-que-o-nome-batata-baroa-surgiu-em-nova-friburgo-em-homenagem-a-ambrosina/>
- Embrapa. Hortaliças. Sistema de Produção 1. ISSN 2763-6801. Mai/2021. Como plantar mandioquinha salsa. Disponível em: <https://www.embrapa.br/hortalicas/mandioquinha-salsa/como-plantar>
- Wikipedia. Arracacha. Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Arracacha>
Comentários
Postar um comentário