A História Por Trás dos Alimentos - IDADE MODERNA: trocas culturais | The History Behind Food - MODERN AGE: cultural exchanges


1) Pré-história entre 3.500 a.C. e 3.000 a.C (cerca de 350 mil anos) -> 2) Idade Antiga entre 3500 a.C. e 476 d.C. ->  3) Idade Média entre 476 a 1453 -> 4) Idade Contemporânea entre 1453 a 1789.

A Idade Moderna, dentro da periodização clássica, é o período que sucede a Idade Média e antecede a Idade Contemporânea, estendendo-se de 1453, quando Constantinopla foi conquistada pelos Otomanos, a 1789, quando a Bastilha foi invadida pela população parisiense. É um período marcado por transformações, mas também por permanências em relação à Europa Medieval.

O início da Idade Moderna, séculos XV e XVI, trouxeram grandes consequências para a gastronomia e para o mundo, com as viagens marítimas feitas pelos portugueses e espanhóis que tiveram como resultado grandes feitos como o descobrimento da América, da Índia e do Brasil.

Não podemos nos esquecer do surgimento do Renascimento, um movimento importante para as artes plásticas e que, entre outras coisas pregava a liberação dos prazeres, sendo o prazer gastronômico um deles.

As viagens que tiveram como uma de suas motivações a busca de especiarias a preços mais vantajosos, proporcionaram trocas culturais de grande importância. Houve um intercâmbio entre os europeus, a Ásia, o Brasil, a América e a África, fazendo com que um mesmo alimento fosse preparado e consumido de formas diferentes de acordo com a cultura local. As especiarias eram muito caras e apreciadas, e eram utilizadas para conservar e melhorar o sabor dos alimentos.

A cana-de-açúcar, de origem asiática passou a ser plantada na América, tornando o açúcar mais acessível e mais barato. Com isso passou a ser um alimento importante no comércio e na culinária, tendo grande influência nos hábitos alimentares dos povos que o cultivaram. 

A África contribuiu com alguns alimentos que foram trazidos para o Brasil e se adaptaram muito bem às nossas terras, como a palmeira do dendê, a melancia e o coco. 

A América enviou para a África a farinha de mandioca, o caju, o milho e o amendoim, e para a Europa forneceu a batata, que se tornou básica em sua alimentação e o cacau, fruto através do qual os espanhóis produziram uma bebida servida quente e com creme que ganhou a preferência de todo o mundo: o chocolate. A Europa enviou gado bovino e ovino à América, para alimentar a população local.

A cozinha tornou-se mais elegante e refinada, assim como os hábitos e atitudes das pessoas que passaram e usar garfo e guardanapo. Os temperos também passaram a ser usados com moderação, e aumentou o uso de aromáticos em massas, ensopados e bebidas, surgindo assim os primeiros licores feitos à base de pétalas de rosas e violetas.

O Renascimento foi o período das guloseimas, com as geléias, compotas e doces de frutas, feitos pelos italianos e ingleses. Atribui-se ao profeta Nostradamus a autoria de uma obra da confeitaria francesa.

No séc. XVI Henrique II da França se casou com Catarina de Medici da Itália que levou seus melhores chefs. Por isso muito da culinária francesa se deve ao aprendizado na ocasião com os italianos. A culinária Inglesa evoluiu em menor velocidade.

Luis XIII começou a buscar uma ordem para colocar os pratos na refeição, evitando desperdícios. Era exímio confeccionador de omeletes, doces e bolos. Mas foi Luis XIV quem desenvolveu a técnica de colocar cada prato na sua ordem à mesa. Seu maior chef foi La Verenne, que revolucionou a gastronomia da época criando pratos tipicamente franceses.

Nesta fase surgem as casas de café e a Inglaterra se transforma em centro cultural da elite burguesa. Na Europa o fogão de 12 a 20 bocas a carvão passa a substituir o fogão a lenha, melhorando o tempo de cozimento dos pratos. Surgem os pratos que misturam doce com salgado e frutas, surge a champanhe e o vinho branco alemão e a culinária torna-se fator cultural importante em toda Europa.

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1) Prehistory between 3500 BC and 3000 BC (about 350 thousand years) -> 2) Ancient Age between 3500 BC and 476 AD -> 3) Middle Age between 476 to 1453 -> 4) Contemporary Age between 1453 to 1789.

The Modern Age, within the classical period, is the period that succeeds the Middle Ages and precedes the Contemporary Age, extending from 1453, when Constantinople was conquered by the Ottomans, to 1789, when the Bastille was invaded by the Parisian population. It is a period marked by transformations, but also by permanence in relation to Medieval Europe.

The beginning of the Modern Age, 15th and 16th centuries, brought great consequences for gastronomy and for the world, with the sea voyages made by the Portuguese and Spanish that resulted in great achievements such as the discovery of America, India and Brazil.

We cannot forget the rise of the Renaissance, an important movement for the visual arts and which, among other things, preached the release of pleasures, gastronomic pleasure being one of them.

The trips that had as one of their motivations the search for spices at more advantageous prices, provided cultural exchanges of great importance. There was an exchange between Europeans, Asia, Brazil, America and Africa, making the same food to be prepared and consumed in different ways according to the local culture. Spices were very expensive and appreciated, and were used to preserve and improve the flavor of food.

Sugar cane, of Asian origin, was planted in America, making sugar more accessible and cheaper. With that, it became an important food in commerce and cooking, having a great influence on the eating habits of the people who cultivated it.

Africa contributed with some foods that were brought to Brazil and adapted very well in the lands, such as palm oil, watermelon and coconut.

America sent cassava flour, cashews, corn and peanuts to Africa, and to Europe it supplied potatoes, which became their staple food, and cocoa, the fruit through which the Spanish produced a hot drink. and with cream that won the preference of the whole world: chocolate. Europe sent cattle and sheep to America to feed the local population.

The kitchen became more elegant and refined, as did the habits and attitudes of people who passed by and used fork and napkin. Seasonings also started to be used sparingly, and the use of aromatics in pasta, stews and drinks increased, thus giving rise to the first liqueurs made from rose and violet petals.

The Renaissance was the period of sweets, with jams, jams and fruit jams, made by the Italians and English. The prophet Nostradamus is credited with authoring a work in the French confectionery.

In the century. XVI Henry II of France married Catherine de Medici of Italy who took his best chefs. That's why a lot of French cuisine is due to learning on occasion with Italians. English cuisine evolved at a slower pace.

Luis XIII began to look for an order to place the dishes in the meal, avoiding waste. He was an expert maker of omelets, sweets and cakes. But it was Luis XIV who developed the technique of placing each dish in its order at the table. His greatest chef was La Verenne, who revolutionized the cuisine of the time by creating typically French dishes.

At this stage, coffee houses appeared and England became a cultural center for the bourgeois elite. In Europe, the 12 to 20 burner charcoal stove is now replacing the wood stove, improving cooking time for dishes. Dishes that mix sweet, savory and fruit appear, champagne and German white wine appear, and cuisine becomes an important cultural factor throughout Europe.


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Fonte | research source:
História do Mundo. Idade Moderna. Disponível em: <https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna>

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